Nova edição da Americas Quarterly: Os portos da América Latina na mira
Nova edição da Americas Quarterly: Os portos da América Latina na mira
AQ assegura que os portos estão no centro de questões cruciais, como a criminalidade, o nearshoring e as alterações climáticas da região.
Nova York, 23 de abril de 2024—“Se os países, do México à Colômbia, quiserem aproveitar plenamente as oportunidades de nearshoring, as melhorias nos portos devem fazer parte da equação”, escrevem os editores da Americas Quarterly (AQ) na nova edição da revista, que se concentra nas oportunidades e riscos que os portos da América Latina representam.
“A erupção da violência no Equador no início deste ano deveu-se em grande parte grupos criminosos que lutam pelo controle do maior porto do país, Guayaquil. O contrabando no porto chileno de San Antonio está provocando uma ampla onda de criminalidade, com impacto no índice de aprovação do presidente Gabriel Boric. Os chineses estão construindo um porto de 3,5 mil milhões de dólares perto de Lima, uma bonança potencial para exportadores que estão distantes, como o Brasil – e uma fonte de tensão geopolítica com os Estados Unidos”, afirmam os editores.
Na matéria de capa da nova edição, a repórter Patricia Garip explica como o pequeno porto chileno de Punta Arenas está se tornando um ponto de acesso improvável para o transporte marítimo global. Os portos periféricos da região, como este, estão a ganhando atenção à medida que as alterações climáticas complicam a situação do Canal do Panamá, as guerras obstruem rotas marítimas vitais no Médio Oriente e na Europa e avanços tecnológicos como o hidrogénio verde ganham destaque.
A AQ reúne cinco recomendações para melhorar a segurança nos portos das Américas: reforçar a segurança cibernética, não confiar apenas em portos com reputações seguras, pois eles também podem ter problemas, implantar tecnologia para rastrear melhor os contêineres, criar medidas anticorrupção e melhorar a cooperação e o intercâmbio de informações.
A procuradora-geral do Equador, Diana Salazar, é o foco do perfil da edição, escrito por María Teresa Escobar. No artigo, Escobar mostra como Diana Salazar tenta enfrentar as redes de crime organizado do país, supervisionando uma investigação que demonstrou como os cartéis de drogas e as máfias corruptas se infiltraram nos sistemas prisionais e judiciais, no poder legislativo e na força policial do Equador.
Rich Brown explica em outro artigo como o partido Morena, no poder no México, parece empenhado em fazer grandes apostas em infraestrutura no sul do país, apesar de o investimento privado necessário para apoiar o crescimento sustentável ainda não ter se ter materializado.
Ainda nesta edição:
- Susan Segal diz que a América Latina precisa de mais infraestrutura para aproveitar as oportunidades de nearshoring.
- Olga L. González descreve como as políticas divergentes do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, estarão no centro das atenções na reunião da COP 16.
- Retrovisor: Brian Winter argumenta que o maior desafio da Argentina hoje é provavelmente sua própria história, já que todos no país testemunharam a estagnação e o declínio econômico ao longo das suas vidas.
A edição completa está disponível em americasquarterly.org. Veja o PDF.
Para solicitar entrevistas com os autores ou solicitar permissão de publicação, entre em contato com o departamento de relações com a mídia da AS/COA em mediarelations@as-coa.org