Brian Winter em Nexo: A Agenda do Presidente Biden

O discurso de posse de Joe Biden, na quarta-feira (20), diante do Capitólio, teve como mote a reunificação nacional depois dos quatro anos de um mandato divisionista protagonizado por Donald Trump e por seus apoiadores de extrema direita…

Nesta entrevista, Winter fala das prioridades domésticas que aguardam o novo presidente e do papel que os setores considerados mais progressistas no Partido Democrata devem exercer ao longo do mandato. Ele também comenta o papel do trumpismo nos EUA e no mundo, após o fim do mandato de Trump, e analisa os possíveis problemas de relacionamento entre o novo governo americano e o governo do presidente Jair Bolsonaro no Brasil…

Bolsonaro sustentou as falsas alegações de fraude eleitoral apresentadas por Trump até o último minuto. Ele foi o último líder internacional a reconhecer a vitória de Biden. No passado, Kamala Harris sugeriu a aplicação de sanções ao Brasil para impedir a destruição da Amazônia. O que todos esses elementos sugerem para o futuro da relação com o Brasil?

BRIAN WINTER: A relação Brasil-EUA tem dias difíceis pela frente. Acho que Biden tentará de muitas maneiras evitar uma confrontação direta com Bolsonaro, por saber que isso pode fortalecê-lo internamente ao mobilizar suas bases nacionalistas de apoio. Já o conflito em relação ao que acontece na Amazônia parece ser inevitável, porque o governo Bolsonaro insiste em tratar o assunto como um problema de relações públicas em vez de um problema real, ainda que os próprios dados do governo mostrem que o desmatamento é o maior em 12 anos. As mudanças climáticas são uma prioridade para Biden e para o Partido Democrata. Eles respeitam a soberania brasileira sobre a Amazônia, mas eles também sabem ao mesmo tempo que o planeta não aguenta mais destruição de florestas. Espero que haja mudanças de atitudes, abrindo espaço para ações construtivas.

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