Exposição José Leonilson: Empty Man abre setembro 26
Exposição José Leonilson: Empty Man abre setembro 26
Com foco na produção do artista de meados da década de 80 até a sua morte em 1993, a exposição é a primeira mostra individual nos Estados Unidos de uma das principais figuras da arte contemporânea brasileira.
Em exposição na Americas Society:
27 de setembro de 2017 a 3 de fevereiro de 2018
Curadoria de Cecilia Brunson, Gabriela Rangel, e Susanna V. Temkin
Simpósio e lançamento do Catálogo Raisonné: 25 de setembro,
das 18h00 às 20h00
Acesso exclusivo para a imprensa: 26 de setembro, das 17h00 às 19h00
Vernissage aberto ao público: 26 de setembro, das 19h00 às 21h00
Assessoria de imprensa: mediarelations@as-coa.org | 1-212-277-8384.
Nova York, 28 de agosto de 2017—Na década de 80, quando as ondas de choque geradas pela AIDS abalava várias comunidades do mundo, o artista brasileiro José Leonilson (1957-1993) adaptou o discurso politico em torno da epidemia, transformando-o numa meditação metafísica. O trabalho do artista oferece um panteão de símbolos, poesia e estampas, traçando, em termos muito pessoais, a odisseia de uma doença que provocou simultaneamente medo, confusão e pânico.
A Americas Society tem o prazer de apresentar José Leonilson: Empty Man, a primeira exposição individual nos Estados Unidos de uma das principais figuras da arte contemporânea brasileira. Com curadoria de Cecilia Brunson, Gabriela Rangel e Susanna V. Temkin, José Leonilson: Empty Man estará em exposição na Society's Art Gallery de 27 de setembro de 2017 a 3 de fevereiro de 2018. A imprensa está convidada para acesso exclusivo à mostra no dia 26 de setembro, às 17h00. Faça sua reserva pelo e-mail: mediarelations@as-coa.org
O universo mítico de José Leonilson constrói uma narrativa existencial em torno de sua própria sina, e essa intimidade atemporal ressoa de forma ainda mais forte no contexto de uma doença frequentemente caracterizada por perdas. “Em sua obra, Leonilson abordou a questão da arte como um exercício de introspecção. É fascinante. Seus símbolos, sejam eles esboços, pinturas, ilustrações ou bordados, evoluem para um vocabulário que pode articular amor, isolamento, gênero, sexualidade e, em última instância, uma reconciliação com a ideia da morte”, descreve a curadora independente Cecilia Brunson. “Talvez por causa dessa jornada pessoal — o próprio DNA no centro de seu ‘diário’ — ele resistiu à ideia de ser agrupado com a chamada Geração dos 80 no Brasil, apesar de ter sido estreitamente associado ao sucesso meteórico desse grupo”.
A exposição abre com as obras mais maduras de Leonilson, produzidas nos últimos três anos de sua vida, e apresenta a trajetória do seu mundo interior retrospectivamente. Como escreveu o poeta T.S. Eliot: “No meu início está o meu fim”, e “no meu fim está o meu começo”. Ao seguir por este caminho, o espectador pode recapitular o princípio de Leonilson com a ajuda do léxico maduro que ele desenvolveu ao longo de sua vida. “A subjetividade crua e auto-exposta de Leonilson construiu um mito artístico duradouro que transcendeu uma mera crônica da epidemia de AIDS”, diz a Diretora de Artes Visuais da Americas Society e sua principal curadora Gabriela Rangel. “Sua obra expandiu o idioma da pintura, tornando-o descentralizado, sem gênero, e convidando o espectador a compartilhar sua intimidade transgressiva”.
Durante sua vida, a obra de Leonilson foi frequentemente exibida no exterior e ele viajou várias vezes para Amsterdã, Madri, Nova York e Paris. Seu apetite sagaz pela cultura global é refletido na diversidade de suas fontes de inspiração, que vão de Arthur Bispo de Rosario à estética de Shaker, bem como em seu conhecimento e domínio de diversas línguas. “Uma das primeiras pinturas na nossa mostra é Pescador de Palavras de Leonilson, que representa a personalidade do próprio artista como um conhecedor das línguas. Como um bom colecionador, Leonilson reuniu palavras, letras de músicas e aforismos, muitas vezes combinando idiomas, rompendo regras de gramática e experimentando sons”, diz Susanna Temkin, curadora assistente da American Society. “Hoje, esses trocadilhos e frases altamente eficazes continuam permitindo que sua voz seja ouvida através de suas telas e bordados, revelando o humor irônico e o páthos estoico de seus últimos anos”.
A mostra José Leonilson: Empty Man apresenta cerca de 50 obras, incluindo desenhos, pinturas e bordados, bem como documentos emprestados de instituições públicas e coleções privadas no Brasil e Estados Unidos. Com foco na produção do artista que data de meados da década de 80 até a sua morte em 1993, a exposição destaca sua linguagem idiossincrática totalmente desenvolvida, na qual ele combinou um léxico iconográfico singular com texto íntimo. A mostra é organizada pela curadora independente Cecilia Brunson; Gabriela Rangel, diretora de Artes Visuais da Americas Society e sua principal curadora; e a curadora assistente Susanna V. Temkin, com a colaboração do Projeto Leonilson, de São Paulo.
A mostra José Leonilson: Empty Man será acompanhada de um novo livro ilustrado editado por Karen Marta e Gabriela Rangel. O livro, desenhado por Garrick Gott, contará com ensaios dos curadores da mostra, bem como textos dos acadêmicos convidados Jenni Sorkin (Universidade da Califórnia, Santa Barbara), Luis Enrique Pérez Oramas (escritor e historiador de arte) e Yuji Kawasima (Universidade Complutense, Madri, Espanha). A publicação incluirá documentos de arquivo além de um histórico de exposições e uma bibliografia.
Sobre o artista
Nascido em Fortaleza em 1957, José Leonilson Bezerra Dias estudou na Escola Pan-Americana de Arte e na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), em São Paulo. Participou da exposição que definiu sua geração, Como vai você, Geração 80? Leonilson se converteu em uma figura seminal do mundo da arte contemporânea brasileira durante a década de 80. Ao longo de sua carreira, ele viajou extensivamente por toda a Europa, e suas pinturas, desenhos e instalações foram exibidos em mostras individuais e coletivas na França, Alemanha, Itália e Espanha, além das muitas exposições realizadas no Brasil. Em 1991, o artista descobriu que era soropositivo para o HIV. Esse diagnóstico inspirou uma mudança decisiva em sua carreira, e Leonilson começou a desenvolver seus bordados íntimos, uma prática que continuou até sua morte, em 1993, aos 36 anos. As obras de Leonilson estão hoje incluídas nas maiores coleções públicas e privadas do mundo, entre elas o Centre National d'Art et de Culture Georges Pompidou; a Colección Patricia Phelps de Cisneros; o Lacma, Museu de Arte do Condado de Los Angeles; o Museu de Arte Contemporânea de Barcelona; o Museu de Arte Moderna de São Paulo; o MoMa, Museu de Arte Moderna de Nova York; a Tate Modern, de Londres; o Museu de Belas Artes de Houston, entre outros.
A realização da mostra José Leonilson: Empty Man foi possível graças ao generoso apoio do Projeto Leonilson, da Galeria de Arte Almeida e Dale, Diane & Bruce Halle, da Fundação AMA, da PHILLIPS, do Genomma Lab Internacional e Paul Boskind e Robbie McMillin-Boskind. Este projeto também é apoiado, em parte, por um prêmio do National Endowment for the Arts e por fundos públicos do Departamento de Assuntos Culturais da Cidade de Nova York em parceria com a Câmara Municipal.
Crédito da imagem: O Pescador de palavras [The word fisher], 1986, 42 1/8 x 37 3/8 in. (107 x 95 cm.), Pintura acrílica em tela não esticada. Coleção de Luisa Strina © Projeto Leonilson
PROGRAMAÇÃO PARA O PÚBLICO
Em exposição
De 27 de setembro de 2017 a 3 de fevereiro de 2018
Americas Society
680 Park Avenue, esquina com 68th Street
Nova York, NY 10065
Veja o mapa
Horários da galeria:
De quarta-feira a sábado
Das 12h00 às 18:00
Entrada grátis
SIMPÓSIO E LANÇAMENTO DO CATÁLOGO RAISONNÉ DE LEONILSON
José Leonilson: Autobiografia de um artista brasileiro
Entre os palestrantes estão as curadoras da mostra Cecilia Brunson (curadora independente), Gabriela Rangel (diretora e curadora-chefe de Artes Visuais da Americas Society), Susanna V. Temkin (curadora assistente de Artes Visuais da Americas Society), Yuji Kawasima (doutorando da Universidade Complutense de Madri) , Ana Lenice Dias Fonseca da Silva (presidente do Projeto Leonilson) e os professores Jenni Sorkin (Universidade da Califórnia, Santa Bárbara) e Edward Sullivan (New York University).
Segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Das 18h00 às 20h00
The Institute of Fine Arts
New York University (1E 78th St)
Entrada grátis
PRÉVIA PARA A IMPRENSA
Terça-feira, 26 de setembro de 2017
Das 17h00 às 19h00
Americas Society
ABERTURA DA MOSTRA
Terça-feira, 26 de setembro de 2017
Das 19h00 às 21h00
Americas Society
Entrada grátis
EXIBIÇÃO DO FILME: A PAIXÃO DE JL
Quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Das 19h00 às 21h00
Dirigido por Carlos Nader, A paixão de JL (2015) tem como foco o diário gravado em fitas cassetes que Leonilson começou em 1990, registrando suas emoções, vida diária e eventos no Brasil e em todo o mundo. Ao longo do tempo, as gravações ganharam uma nova urgência quando Leonilson descobriu que era soropositivo. Em colaboração com Cinema Tropical.
Parsons School of Design
The New School (66 Fifth Ave)
Free admission
EXIBIÇÃO DO FILME: FELICIANO CENTURIÓN: ABRAZO ÍNTIMO AL NATURAL
Quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Das 19h00 às 21h00
Dirigido por Mon Ross, Feliciano Centurión: Abrazo íntimo al natural (2016) explora a vida do icônico artista paraguaio que desenvolveu sua carreira em Buenos Aires durante os anos 80 e 90. O filme serve como um exercício eficaz com um valioso material de arquivo, em que Feliciano, sua obra e sua época são revisitados através das memórias de seus amigos. Em colaboração com Cinema Tropical.
University Center
The New School (63 Fifth Ave)
Entrada grátis
BATE-PAPO E VISITA GUIADA COM TOM KALIN, GABRIELA RANGEL, SUSANNA V. TEMKIN E ALEX FIALHO
A Visual AIDS e a Americas Society organizarão um bate-papo e visita guiada envolvendo a vida e o trabalho do artista. O evento apresenta Tom Kalin, cineasta (membro do ACT UP/Gran Fury e amigo de Leonilson); as curadoras da mostra, da Americas Society; e Alex Fialho, Diretor de Programas da Visual AIDS.
Sábdo 28 de outubro de 2017
Das 15h00 às 16h30
Americas Society
Entrada grátis
BATE-PAPO ENTRE CARLOS MOTTA E LIA GANGITANO
Uma conversa entre o artista colombiano Carlos Motta, que vive em Nova York e cujo trabalho gira em torno da política de orientação sexual e identidade de gênero, e a curadora Lia Gangitano. Eles discutirão o trabalho artístico de Motta e seus projetos recentes, bem como os vínculos entre a arte de Motta e de Leonilson.
Quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Das 19h00 às 21h00
Americas Society
Entrada grátis
LANÇAMENTO DO LIVRO JOSÉ LEONILSON: EMPTY MAN
Data e local ainda sem definição
Editada por Karen Marta e Gabriela Rangel, a publicação totalmente ilustrada e com textos comissionados recentemente está sendo produzida em conjunto com a exposição. O livro conta com ensaios das curadoras da mostra, bem como textos dos acadêmicos convidados Jenni Sorkin, Luis Enrique Pérez Oramas e Yuji Kawasima.
Para mais detalhes sobre nossa programação para o público, visite as-coa.org/visualarts.
Assessoria de imprensa: mediarelations@as-coa.org | 1-212-277-8384.
Americas Society é a principal organização dedicada à educação, ao debate e ao diálogo nas Américas. A missão da organização, fundada em 1965 por David Rockefeller, é promover uma maior compreensão sobre as questões políticas, sociais e econômicas contemporâneas que a América Latina, o Caribe e o Canadá enfrentam e aumentar a consciência pública e apreciação do diversificado patrimônio cultural das Américas e a importância da relação interamericana. O programa de Artes Visuais da Americas Society conta com o espaço privado mais antigo dos EUA dedicado a expor e promover as artes da América Latina, Caribe e Canadá. Esse programa conquistou uma posição de liderança única e de renome no campo das artes, produzindo exposições históricas e contemporâneas.