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Saída de conservador aumenta chances de ex-presidente

By Eric Farnsworth

A coalizão conservadora no Chile terá que se unir para escolher um novo candidato, tornando ainda mais provável que Michelle Bachelet vença, escreve Eric Farnsworth para O Estadão.

As possibilidades de vitória de Michelle Bachelet cresceram no Chile. Além de liderar as pesquisas, seu maior rival na eleição do fim do ano, o conservador Pablo Longueira, abandonou a disputa para tratar de uma depressão. Foi uma reviravolta extraordinária. O ex ministro das Finanças liderava os esforços da coalizão governista para continuar no poder depois de o presidente, Sebastian Piñera, encerrar seu mandato. A desistência surpreendeu em razão do seu longo histórico político e suas nítidas ambições de chegar à presidência.

A coalizão conservadora terá agora de se unir em torno de um candidato único para vencer a eleição. Dois nomes possíveis são os de Evelyn Matthei e Andrés Allamand, embora não esteja claro se um concordará em apoiar o outro. Por isso, será difícil os conservadores apresentarem um candidato único antes de meados de agosto. O que torna ainda mais provável que Bachelet vença facilmente.

O carismático Marco Enríquez-Ominami candidatou-se novamente, mas, desta vez, pela sua própria agremiação, o Partido Progressista (PRO). Com a crise na direita, ele poderá chegar a uma posição mais forte, embora o eleitorado que o apoia continue a vir do outro lado do espectro.

Independentemente de quem vencer, o presidente enfrentará inúmeros desafios. O mais importante será a desaceleração econômica. Além disso, existe a necessidade de continuar a diversificar a produção, suprir as necessidades energéticas e atender às expectativas da classe média, que já provocaram manifestações e distúrbios sociais. Tudo isso exigirá cooperação e participação de todos os partidos, de esquerda, direita e centro.

*Eric Farnsworth é vicepresidente da Americas Society/Council of the Americas.

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